A Musculação como coadjuvante no combate a Depressão

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A DEPRESSÃO é tida como a grande vilã do século XXI, quando deixou de ser vista como a síndrome da classe média alta e passou a afetar pessoas de todas as condições econômicas e sociais. Esta geralmente é mal compreendida, muitas vezes chamada de “frescura” ou de “corpo mole” por pessoas que desconhecem sua gravidade. Mas somente aqueles que já passaram ou estão passando por ela sabem o quão terrível é. Mas o que realmente é a DEPRESSÃO, como se manifesta e quais seus efeitos sobre o nosso organismo?

 

Perguntas e possíveis respostas sobre Depressão

 

1. O que é depressão? A depressão é uma doença complexa que afeta corpo e mente e manifesta-se por sintomas emocionais e físicos. Conhecida também como Transtorno Depressivo Maior (TDM) é caracterizada por sinais que interferem na habilidade para trabalhar, estudar, comer, dormir e apreciar atividades antes agradáveis, entre outros.

2. Tristeza é sinônimo de depressão? Não. Tristeza isolada não é depressão, apenas um sentimento universal, assim como a ansiedade. Logo, não é necessariamente patológico, fazendo parte da experiência psíquica normal.

3. Quais são as causas da depressão? Suas causas ainda são desconhecidas. A teoria neuroquímica é a mais aceita e sugere que uma disfunção no sistema nervoso central é a responsável pela doença. A diminuição dos neurotransmissores serotonina e noradrenalina, no sistema nervoso central são os responsáveis, tanto pelo aparecimento dos sintomas emocionais quanto os físicos da depressão.

4. Quais são os principais sintomas? A depressão se manifesta por sintomas emocionais e físicos. Os principais são:

  • Sintomas emocionais: tristeza, perda de interesse, ansiedade, angústia, desesperança, estresse, culpa, perda da libido, dificuldade de raciocínio, indecisão, baixa autoestima, alterações no sono, ideação suicida, entre outros;
  • Sintomas físicos: baixa energia, alterações no sono, dores inexplicáveis pelo corpo (sem causa clínica definida), dor de cabeça, alterações no apetite, alterações gastrointestinais, alterações psicomotoras, entre outras.

5. Quais sinais comprovam um quadro de depressão? Para o indivíduo ser diagnosticado como deprimido deve reunir pelo menos cinco dos sintomas acima, sendo que um deles tem que ser tristeza ou perda do interesse em atividades antes prazerosas, com duração mínima de duas semanas.

6. Ao notar os sintomas, qual profissional de saúde deve ser procurado? Ao reconhecer ou desconfiar de um quadro depressivo, seu tratamento deve ser multidisciplinar onde é imprescindível procurar um médico psiquiatra. Ele é o profissional mais indicado para diagnosticar e tratar a depressão quimicamente, juntamente com um psicólogo para o tratamento do lado emocional, um nutricionista e um profissional de Educação Física capacitado para tal.

7. Todas as pessoas estão sujeitas a ter depressão?  Sim, porque existem diferentes motivos que predispõem à doença:

  • Fator genético – história familiar de depressão;
  • Estresse crônico – situações repetidas de estresse;
  • Perdas parentais precoces – morte de um dos genitores na infância;
  • História de qualquer tipo de abuso na infância.

Observações: A depressão tem causas multifatoriais (fatores genéticos/biológicos e ambientais/psicossociais) que sempre se somam para a determinação de uma apresentação clínica final. Nas mulheres, os períodos pré-menstrual, pós-parto e menopausa são de maior risco para desenvolver a doença também. Cerca de 17,5% da população apresentará pelo menos um episódio depressivo ao longo da vida.

8. Há uma faixa etária mais vulnerável à doença? Sim. A maioria dos casos de depressão acomete indivíduos entre 20 e 40 anos de idade. Mas é importante dizer que a doença pode se iniciar em qualquer faixa etária, da infância à terceira idade.

9. Qual o melhor tratamento? A maioria (cerca de 2/3) dos pacientes com depressão apresenta dores persistentes combinadas com sintomas emocionais. Assim, a doença deve ser tratada através de psicoterapia e o uso de antidepressivos. Essa classe de medicamento age de forma equilibrada sobre a serotonina e a noradrenalina, combatendo os sintomas emocionais e físicos. É importante deixar claro que isso não é uma regra, portanto, varia de acordo com o paciente e que a procura por ajuda médica é indispensável.

10. A depressão tem cura? O objetivo central do tratamento da depressão é a remissão (melhora completa da sintomatologia depressiva). Como grande parte das doenças, há sempre um risco de, mesmo tratado corretamente, o paciente apresentar recaída no futuro (cerca de 80% das pessoas que apresentaram um episódio depressivo devem apresentar um ou mais episódios adicionais). A depressão, portanto, é na maioria das vezes uma doença crônica, assim como diabetes e hipertensão. Quando tratada adequadamente, o paciente leva uma vida absolutamente normal.

 

A prática da Musculação para combater a Depressão

 

Inúmeras pesquisas realizadas utilizando a musculação concomitante ao tratamento químico, demonstraram uma maior eficácia no tratamento da depressão, onde foram observadas melhorias mais rapidamente como:

  • Melhoria da estabilidade emocional, imagem corporativa positiva;
  • Aumento da positividade e autocontrole psicológico;
  • Melhora do humor;
  • Interação social positiva;
  • Redução da insônia e dos níveis de stress.

A literatura aponta que a musculação alivia a ansiedade e a insônia em casos diagnosticados de depressão clínica. Isso acontece porque a musculação estimula a produção de testosterona e o GH (hormônio do crescimento) e inibe a síntese do cortisol, um hormônio do stress que em quantidades elevadas (situações de ansiedade, por exemplo) diminui as defesas do sistema imunológico e acentua o acúmulo de gordura no corpo.

Além desses dois hormônios, não podemos deixar de mencionar as ações de neurotransmissores como a serotonina, a dopamina e a noradrenalina, os quais podem ser potencializados pela alimentação (vide artigo A ALIMENTAÇÃO COMO FATOR DE REDUÇÃO DOS RISCOS DA DEPRESSÃO). A prática bem orientada da musculação promove especialmente a liberação de outro hormônio de extrema importância – A ENDORFINA (opiáceo produzido naturalmente pelo cérebro) – que causa uma sensação de relaxamento e bem estar, permanecendo por várias horas depois de encerrado o exercício.

Como repetir nunca é demais, vale lembrar que uma sessão de musculação para o depressivo, mais do que para qualquer outro indivíduo, precisa conter exercícios de alongamentos (que auxiliarão na redução das tensões musculares), os exercícios de musculação propriamente ditos (desde que não se estendam por tempo demais ou perdermos a liberação ideal dos hormônios citados e voltaremos a produzir cortisol em excesso) e de exercícios aeróbios, principais responsáveis pela liberação das endorfinas.

Resumindo: além do uso dos medicamentos, o tratamento realmente eficiente da Depressão passa, invariavelmente, por uma alimentação balanceada e exercícios prescritos por profissional competente!

 

Depressão não é brincadeira, portanto fiquem de Olhos bem abertos com relação a esse assunto!

 

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Eder é Preparador físico particular e consultor técnico de atletas de alto rendimento em diversas modalidades esportivas; Consultor para montagem, organização e normatização técnico administrativa para academias; Consultor em Coaching Corporativo; Ex-docente em cursos de graduação, extensão e pós-graduação.

2 COMENTÁRIOS

  1. Sou prova viva de como a musculação pode auxiliar no combate a depressão. Estive por 7 ou 8 anos em um estado depressivo que foi evoluindo, chegando ao ponto de passar os finais de semana deitada no sofá assistindo séries, comendo e dormindo. Não tinha vontade de sair, me relacionar com meu companheiro, tudo era pesado.

    Em 2015 com 15 quilos de excesso de peso e 33% de BF% tive a iniciativa de buscar ajuda. Onde? em mim mesma.

    Resolvi cuidar de mim. Entrei na academia e mesmo com as “dificuldades” com relação ao tempo busquei me disciplinar.

    Hoje, estou 10 quilos off e com 14% de BF%

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